Investindo em Arte: Lucratividade em Obras Contemporâneas

Introdução

Em uma matéria recente exploramos como é possível transformar a paixão por relógios de luxo em uma alternativa lucrativa de investimento que, ao mesmo tempo, o ajuda a nutrir uma bela coleção.

Mas relógios não são o único exemplo de uma paixão altamente monetizável, os amantes das artes, sejam elas esculturas ou pinturas também pode enriquecer montando para si um acervo de respeito.

O mercado da arte movimenta 60 bilhões de dólares por ano, com centenas de obras circulando por mercados de alto prestígio como a casa de leilão Sotheby’s a mais de 275 anos, totalizando 1,7 trilhões de dólares em ativos.

A arte representa 75% do mercado de colecionáveis, setor que inclui carros de luxo, joias, artefatos históricos, vinho e muito mais, na maioria devido à sua altíssima rentabilidade.

Portanto, se você ama a arte e quer fazer desta paixão uma nova fonte de renda, este artigo é o seu convite formal para entrar neste universo de cabeça.

As Vantagens

Ocupando uma parcela tão prolífica do mercado, é de esperar que existam muitas vantagens para investir em arte como ativo colecionável, sendo a primeira (e talvez mais importante) delas a longevidade deste setor.

O fato de que as pessoas investem em arte a séculos, realizando grandes negócios e enriquecendo e que o mercado continua a ter esta mesma relevância é um sinal de seu caráter atemporal.

Em um aspecto mais técnico, a arte também funciona como um ótimo seguro contra a inflação, uma vez que, enquanto o dinheiro perde valor com o tempo, obras tendem a ficar mais e mais valiosas conforme o tempo passa.

Enquanto colecionável, a arte também é uma ótima forma de diversificar o seu repertório, uma vez que um número comparativamente pequeno de investidores ingressa neste setor.

Também se trata de um dos campos mais fáceis de pesquisar, com um número crescente de fontes, na forma de blogs, publicações e canais do YouTube produzidos por especialistas, voltados especificamente para a informação de compradores.

Por outro lado, se o mercado da arte pode ser exclusivo a princípio, ele tende a ter melhores preços de entrada do que investimentos mais tradicionais como imóveis e ações, com oportunidades preciosas surgindo frequentemente para quem sabe onde procurá-las.

Por último, há também o fato de que investir em arte lhe proporciona uma grande oportunidade de montar a sua própria coleção, decorando sua casa com obras de Portinari ou Kandinsky antes de vendê-las com uma boa margem de lucro.

As desvantagens

Entretanto, nem tudo são flores, como é de se esperar, pois enquanto este mercado pode ser grande em valor e movimentação monetária, ele se concentra em alguns poucos indivíduos de renda extremamente alta.

Há também o fato de que a oferta de obras de arte está constantemente diminuindo enquanto obras são adquiridas por museus e coleções permanentes, tornando necessário procurar novas obras de artistas contemporâneos que correm o risco de não render lucro algum.

E mesmo que rendam algum lucro ao valorizar-se, não possuem a mesma liquidez de outros ativos que podem ser vendidos a qualquer momento, o que cria a necessidade de armazenar estas obras de forma segura sem causar qualquer dano.

Também há o fato de obras de arte não renderem dividendos, como é o caso de ações da bolsa de valores. O valor das obras também flutua com frequência, tornando a venda difícil, isto é claro sem mencionar o risco de comprar uma falsificação.

Como e Onde se Comercializa Uma Obra de Arte?

Quando se trata da compra e venda do comércio de um quadro ou escultura, seja como comprador ou vendedor, é necessário entrar em contato com uma destas categorias de instituição:

  • Ateliês;
  • Museus;
  • Casas de Leilão.

Com ateliês, este processo tende a ser muito simples. Deve-se entrar em contato com um representante de uma das duas primeiras instituições, seja presencialmente, por ligação, ou por e-mail identificando o quadro que deseja comprar e se for o caso, fazendo uma oferta.

Museus tendem a ser relutantes quando se trata de separar-se de seu acervo, mas quando um refinamento do mesmo ou necessidades fiscais os obrigam a vendem, isto tende a acontecer através de casas de leilão que, como pode imaginar, funcionam dentro do formato de compra competitiva, onde diferentes compradores devem superar as ofertas uns dos outros a fim de levar o produto para casa.

Uma vez adquirida a obra, é importante evitar surpresas desagradáveis ao questionar a outra parte da transação quanto a custos de frete, impostos, mas acima de tudo a nota fiscal, que deve ser mantida e protegida durante todo o processo e claro, o certificado de autenticidade.

Se você quer ser extremamente minucioso, recomendamos até mesmo que leve uma lupa consigo para analisar a obra de perto e olhe nos cantos inferiores se há alguma marca de impressora.

O que torna uma obra de arte rentável?

Existem três fatores que contribuem para a valorização de uma peça de arte: o aumento do poder de aquisição de comunidades de alto patrimônio, a constante diminuição da oferta, que já discutimos antes, e a comerciabilidade internacional destes ativos.

Estes fatores se aplicam a qualquer obra de arte em qualquer lugar do mundo e se aplicam exclusivamente a este mercado.

Uma vez que obras de arte são diversas entre si, a sua precificação será baseada em características próprias como idade, técnicas, ou reputação do artista e, portanto, seguirão tabelas de preço não contínuas baseadas em vendas comparáveis, levando seu valor a ser relativo, de forma semelhante ao mercado de imóveis.

Dentro deste cenário, vemos a arte contemporânea liderar o setor em valorização dada a demanda por obras feitas depois de 1945, uma tendência histórica evidenciada pelo fato de que as obras contemporâneas representam 55% do mercado de arte.

Esta porcentagem pode ser explicada pela alta demanda por arte contemporânea, que por sua vez leva ao aumento da precificação e claro, da oferta, o que resulta em um maior número de transações.

A apreciação de obras de arte também pode ser medida por artista através da análise de pares de vendas repetidas, valorização, desvio padrão e taxas de perda, fatores estes que contribuem para uma grande variação de risco/recompensa de artista para artista.

Compreender as variações de apreciação ao nível do artista é uma das melhores formas de tomar decisões de investimento em arte de forma inteligente, pois permite estabelecer uma margem mais objetiva de risco/ recompensa antes de optar por uma compra.

Como começar

Entretanto, tudo isto que cobrimos até agora é conhecimento que você adquirirá naturalmente ao longo do seu caminho como art investor, antes, é necessário que você dê os primeiros passos e para tal, eis aqui algumas dicas:

– Participe da comunidade: O primeiro passo para o iniciante no investimento em arte é se introduzir a este meio ambiente, o que significa frequentar exposições, leilões e jantares, entrar em contato com outros colecionadores, compradores, artistas e o mais importante: aprender com todos eles.

Aprenda a apreciar arte: Se você quer tirar vantagem da alta rentabilidade da arte contemporânea, é importante desenvolver a capacidade de avaliar um quadro ou escultura a fim de deduzir suas chances de atrair compradores.

Por isso a interação com outras pessoas do mercado é tão importante, afinal a melhor maneira de aprender o que faz o mercado suspirar é ouvir do mesmo. Também existem cursos de avaliação que você pode considerar.

– Crie o hábito de pesquisar obras: Outro bom costume para iniciantes no mercado da arte é o de pesquisar obras e artistas que podem ganhar ou já estão ganhando tração no mercado. A melhor forma de fazer isso é na internet, através de plataformas como Pinterest ou Instagram, ou de publicações especializadas.

– Procure um facilitador: Apesar desta ênfase no aspecto social de investir em arte, um mercado tão seleto pode afastar muitos investidores potenciais justamente por transmitir a imagem de um ambiente onde todos conhecem todos. Se navegar esta selva parece demais para você, contratar um especialista que realiza esta função por você, curando obras, mantendo contatos, pesquisando, pode ser uma boa ideia.

Conclusão

Mais do que mera fonte de renda, entrar no mundo do comércio de arte é uma oportunidade dourada de fazer parte da história em meio seu processo de fundação, financiando artistas que futuramente podem entrar no hall de imortais como Van Gogh ou Rembrandt.

Para o não iniciado é a oportunidade de imergir-se em um mundo de alta competição, refinamento, exclusividade, mas acima de tudo, de beleza, de descobrir o valor da arte em diversos planos, para além do comercial.

Se qualquer um destes convites tiver tomado seu interesse, recomendamos contatar um de nossos LifeStyle Planners para montar o seu planejamento financeiro.

Fontes de pesquisa:

Caia Association, Céu Galeria, Blog Hurst, Blog Bossa Nova, Investopedia, Forbes, Environmental Conscience, Show Money.

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